Em homenagem ao meu Pai, que amava declamar está Poesia.
Estou usando ortografia atual.
Mal Secreto
Raimundo Correia
(1859 – 1911)
Se a cólera que espuma, a dor que mora
N’alma e destrói cada ilusão que nasce;
Tudo o que punge, tudo o que devora
O coração, no rosto se estampasse.
Se se pudesse espírito que chora
Ver através da máscara da face,
Quanta gente, talvez, que inveja agora
Nos causa, então piedade nos causasse!
Quanta gente que ri, talvez consigo
Guarda um atroz, recôndito inimigo,
Como invisível chaga cancerosa!
Quanta gente que ri, talvez existe,
Cuja ventura única consiste
Em parecer aos outra venturosa!
Nenhum comentário:
Postar um comentário