Água corrente! Água de um Rio quieto
Cortando a alma ignorada do sertão!
Levas à tona, aspecto por aspecto,
Os aspectos da vida em refração.
Água que passa lavra o duro chão.
Trazes-me sempre evocação de um teto...
Água! Sangue da terra! Religião...
Há na tua bondade humana e leal,
Quando roda maior move do Engenho,
Qualquer bafejo sobrenatural.
Ouvindo, ao longe, o teu magoado som,
Água corrente! Eu me enterneço e tenho
Uma imensa vontade de ser bom!
Olegário Mariano.