A Última Luta Do Coliseu
Com o passar do tempo o cristianismo foi se impondo como religião, adotada até pelo imperador romano.
A perseguição terminou e acabaram-se os mártires para servir de alimento ás feras no Coliseu.
Os imperadores cristãos se empenhavam em acabar com os espetáculos de crueldade e morte, mas os costumes prevaleceram até contra a vontade do imperador.
As lutas no Coliseu continuaram ainda por cem anos depois que Roma se tornou, pelo menos nominalmente, uma cidade cristã.
Certa vez o Senado romano propôs que o imperador e o general entrassem em triunfo na abertura do ano-novo, montados em corcéis brancos, vestidos com mantos púrpura e com as faces rubras de ruge, como mandava a tradição.
Em vez dos templos pagãos, visitaram a igreja e os prisioneiros não foram sacrificados. Mas a sede de sangue romana não tinha se esgotado e, depois da procissão começou o espetáculo no Coliseu, a princípio com inocentes corridas a pé, a cavalo, de charrete. A seguir uma caça às feras tomou a arena e depois se puseram em formação com espadas afiadas, para um verdadeiro combate de gladiadores.
O povo aplaudiu com entusiasmo.
E repente, porém, houve uma interrupção. Um homem mal vestido, descalço, pulou na arena e , tentando tirar os gladiadores, começou a gritar para a platéia que cessasse de derramar sangue inocente, que não abusassem da misericórdia divina, evitando a espada do inimigo e não incentivando o assassinato.
Gritos, berros, impropérios acolheram as suas palavras.
Ali não era lugar para sermões, os antigos costumes de Roma deviam ser observados.
“ Fora!”, “Em frente gladiadores!”
Os gritos do povo aumentaram “Agitador!” “Agitador!”, “Acabem com ele!” Enraivecidos os gladiadores o derrubaram. Uma chuva de pedras ou o que quer que tivessem à mão, se abateu sobre o homem e ele morreu.
As roupas do homem mostravam que era um religiosos cuja vida era dedicada a prece e ao sacrifício.
Os poucos que o conheciam sabiam que ele tinha vindo em peregrinação das remotas regiões da Ásia.