MIA GIOCONDA
Vicente Celestino
Do dia que nascemos e vivemos/ para o mundo/ nos falta uma costela que encontramos num segundo/ as vezes muito perto / desejamos encontrá-la/ No entanto é preciso /muito longe ir buscá - la.
Vejamos o destino / de um pracinha brasileiro/ partindo para a Itália/ transformou-se num guerreiro/ e lá muito distante/ despontar o amor sentiu/ e disse estas palavras/ a uma jovem quando a viu:
Italiana/ la mia vita ogge sei tu/ io te voglio tanto bene/ partireme due ensieme/ ti larciar/ nom poso più/ Italiana / voglio a te piccola bionda/ a io viso degli amore/ le tue lapre son due fiore/ tu sarai la Mia Gioconda.
Vencido o inimigo/ que antes fora varonil/ recebeu a FEBE ordem/de embarcar para o Brasil/ dizia a mesma ordem/ quem casou não poderá/ levar consigo a esposa/ a esposa ficará/ prometeu, então, o bravo/ ao dar baixa e ser civil/ embarcarás, amada/ para os céus do meu Brasil/ enquanto ela esperava/ lá no cais Napolitano/ repetia estas palavras/ no idioma italiano.
Brasiliano/ la mia vita ogge sei tu/ io te voglio tanto bene/ cheido a Dio que tu venga/ ti scordar non poso più/ Brasiliano/ sono ancora la tua bionda/ miu sposo hai lasciato/ questo cuore abandonatto/ chi amarte di Gioconda.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
quarta-feira, 23 de maio de 2012
A Verdadeira Alegria
Da Verdadeira Alegria
Certo dia, estando o bem aventurado Francisco em Santa Maria, chamou ao irmão leão e disse-lhe:
Irmão Leão, escreve: - Estou pronto.
Escreve qual é a verdadeira alegria. - eis que chega um mensageiro e diz que todos os mestres de paris entraram para a Ordem. - Escreve: “Não é a verdadeira alegria”. - Diz ainda o mensageiro que entraram para a Ordem todos os prelados do além- mar, arcebispos e bispos; que também o rei de França e o da Inglaterra fizeram o mesmo. - Escreve: ”Não é a verdadeira alegria”. - Diz ele igualmente que meus irmãos foram aos infiéis e converteram-nos todos a fé. Alem disso, que eu recebi graça tão grande de Deus, que curo os enfermos e pratico muitos milagres. Pois, digo-te que em todas estas coisas não está a verdadeira alegria.
- Qual é então a verdadeira? - Volto de Perúgia e a noite já vai alta quando aqui chego. É inverno, a lama está por toda parte e o frio está tão intenso que nas bordas da túnica se formam caramelos de água congelada,ferindo as pernas até o sangue brotar.
Enlameado, gelado e rígido chego-me da porta. Depois de algum tempo batendo e chamando, acode o irmão porteiro e pergunta:
- Quem é?
Respondo: - O irmão Francisco.
E ele diz: - Afasta-te daqui. Isso não é hora decente para se estar caminhando! Aqui não vais entrar!
Insistindo eu novamente, ele contesta:
- Vai - te daqui, já disse. Não passas de um simplório e grosseirão. Não vais mais permanecer conosco. Somos tantos e tais que não precisamos mais de ti.
E eu, teimando junto à porta, digo-lhe:
- Por amor de Deus, Acolhe-me por esta noite.
Ele responde: -
- Não tenho vontade. Vai-te até a casa dos irmãos da Cruz e pede abrigo lá.
Digo-te, irmão Leão: se tive paciência e não perdi a calma- nisto consiste a Verdadeira Alegria, e também a Verdadeira Virtude o Bem da Alma.
São Francisco de Assis.
Certo dia, estando o bem aventurado Francisco em Santa Maria, chamou ao irmão leão e disse-lhe:
Irmão Leão, escreve: - Estou pronto.
Escreve qual é a verdadeira alegria. - eis que chega um mensageiro e diz que todos os mestres de paris entraram para a Ordem. - Escreve: “Não é a verdadeira alegria”. - Diz ainda o mensageiro que entraram para a Ordem todos os prelados do além- mar, arcebispos e bispos; que também o rei de França e o da Inglaterra fizeram o mesmo. - Escreve: ”Não é a verdadeira alegria”. - Diz ele igualmente que meus irmãos foram aos infiéis e converteram-nos todos a fé. Alem disso, que eu recebi graça tão grande de Deus, que curo os enfermos e pratico muitos milagres. Pois, digo-te que em todas estas coisas não está a verdadeira alegria.
- Qual é então a verdadeira? - Volto de Perúgia e a noite já vai alta quando aqui chego. É inverno, a lama está por toda parte e o frio está tão intenso que nas bordas da túnica se formam caramelos de água congelada,ferindo as pernas até o sangue brotar.
Enlameado, gelado e rígido chego-me da porta. Depois de algum tempo batendo e chamando, acode o irmão porteiro e pergunta:
- Quem é?
Respondo: - O irmão Francisco.
E ele diz: - Afasta-te daqui. Isso não é hora decente para se estar caminhando! Aqui não vais entrar!
Insistindo eu novamente, ele contesta:
- Vai - te daqui, já disse. Não passas de um simplório e grosseirão. Não vais mais permanecer conosco. Somos tantos e tais que não precisamos mais de ti.
E eu, teimando junto à porta, digo-lhe:
- Por amor de Deus, Acolhe-me por esta noite.
Ele responde: -
- Não tenho vontade. Vai-te até a casa dos irmãos da Cruz e pede abrigo lá.
Digo-te, irmão Leão: se tive paciência e não perdi a calma- nisto consiste a Verdadeira Alegria, e também a Verdadeira Virtude o Bem da Alma.
São Francisco de Assis.
sexta-feira, 18 de maio de 2012
Meus Oito Anos
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus
— Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
................................
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!
BIOGRAFIA
Abreu,
Casimiro de (1837-1860),
poeta romântico brasileiro. Dono de rimas cantantes,
ao gosto do público, Casimiro de Abreu publicou apenas um livro, As
Primaveras(1859). Filho de um rico comerciante, Casimiro de Abreu nasceu em
Barra de São João (Rio de Janeiro) e cresceu no Rio, então capital do Império e
centro cultural do país. Entre 1853 e 1857, estudou em Portugal. A vocação
literária, porém, suplantou a vida acadêmica. Em Lisboa, iniciou-se como poeta
e dramaturgo. A peça Camões e Jaúestreou no teatro D. Fernando e,
nela, o autor proclama sua brasilidade, as saudades dos trópicos e refere-se a
Portugal como "velho e caduco". De volta ao Brasil, dedicou-se à atividade
comercial, com o apoio paterno. Mas definia este trabalho como uma "vida
prosaica…que enfraquece e mata a inteligência". Morreu aos 21 anos, de
tuberculose, em Nova Friburgo, estado do Rio de Janeiro. Seu poema mais famoso
éMeus Oito Anos. Da segunda geração romântica brasileira, Casimiro
de Abreu cultivava um lirismo de expressão simples e ingênua. Seus temas
dominantes foram o amor e a saudade. Embora criticado por deslizes de linguagem
e falta de embasamento filosófico, Casimiro de Abreu é admirado, justamente,
pela simplicidade. Alguns versos acabaram se incorporando à linguagem corrente
como, por exemplo, simpatia é quase amor,hoje nome de um famoso
bloco do carnaval carioca.
É pequena a obra poética de Casimiro de Abreu. Porém, deixou-nos de forma
marcante, a poesia da saudade: "Canção do exílio" ("Meu
lar") em que partia da aceitação premonitória, "Se eu tenho de morrer
na flor dos anos", para a formulação de um desejo que se realizou
plenamente: "Quero morrer cercado dos perfumes / Dum clima tropical.”. Meus
Oito Anos, Minha Terra - poemas escritos em Portugal, onde adquiriu sua
educação literária
AI QUE SAUDADES... Ruth Rocha
Ai que saudades que tenho Da aurora da minha vida Da minha infância querida Que os anos não trazem mais... Me sentia rejeitada, Tão feia, desajeitada, Tão frágil, tola, impotente, Apesar dos laranjais. Ai que saudades que eu tenho Da aurora da minha vida, Não gostava da comida Mas tinha que comer mais... Espinafre, beterraba, E era fígado e era fava, E tudo que eu não gostava Em porções industriais. Como são tristes os dias Da criança escravizada, Todos mandam na coitada, Ela não manda em ninguém... O pai manda, a mãe desmanda, O irmão mais velho comanda, Todos entram na ciranda, E ela sempre diz amém... Naqueles tempos ditosos Não podia abrir a boca, E a professora era louca, Só queria era gritar. Senta direito, menina! Ou se não, tem sabatina! Que letra mais horrorosa! E pare de conversar! Oh dias da minha infância, Quando eu ficava doente, Ou sentia dor de dente, E lá vinha tratamento! Era um tal de vitamina... Mingal, remédio, vacina, Inalação e aspirina, Injeção e linimento! E sem falar na tortura: Blusa de gola engomada, Roupa de cava apertada, Sapatinho de verniz... E as ordens? Anda direito! Diz bom dia pras visitas! Que menina mais sem jeito! Tira o dedo do nariz! Que aurora! Que sol! Que nada! Vai já guardar os brinquedos! Menina, não chupe os dedos! Não pode brincar na lama! Vai já botar o agasalho! Vai já fazer a lição! Criança
não tem razão! É tarde, vai já pra cama! Vê se penteia o cabelo! Menina se mostradeira! Menina novidadeira! Está se rindo demais! — Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras, À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais
não tem razão! É tarde, vai já pra cama! Vê se penteia o cabelo! Menina se mostradeira! Menina novidadeira! Está se rindo demais! — Que amor, que sonhos, que flores, Naquelas tardes fagueiras, À sombra das bananeiras, Debaixo dos laranjais
terça-feira, 8 de maio de 2012
Para a dor de um coração
Para a dor de um coração, nada melhor que a oração.
Amor é o melhor remédio. Para um dia de tormentas, nas horas
difíceis, lentas, quando é em vão tudo que tentas, Amor é o melhor remédio.
Quando a vida te apavora e o infortúnio se demora, Amor é o
melhor remédio.
Amor tem Cristo perto, dos caminhos é o mais certo, é a
palmeira de um deserto... Amor é o melhor remédio.
Não há ódio que resista, que contra o amor sempre resista,
Amor é o melhor remédio.
Para aflições ou carências, insucessos ou doenças,
desalentos ou descrenças... Amor é o melhor remédio.
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