(Santa Catarina, nasceu em Siena em 1347, muito jovém entrou para a Ordem Dominicana.)
Certa manhã, na cidade de Siena, Catarina estava indo para a missa na Igreja de São Domingos. Quando sentiu alguém pegar em seu casaco.
-“Por favor me ajude” – sussurrou uma voz.
Ao virar-se para o dono da voz, ela viu um homem encostado à parede, tão magro e pálido que mal se agüentava de pé.
“De que precisa?” perguntou caridosamente.
“Preciso de ajuda para viajar” – respondeu o homem. “ Moro muito longe e vim aqui a procura de trabalho. Mandei tudo que ganhei para minha família, mas agora estou doente e fraco demais para trabalhar. Preciso de dinheiro para comer alguma coisa e recobrar as forças.”
-“ Daria de todo coração,mas sou apenas uma irmã da ordem de São Domingos e não tenho dinheiro”.
-“ Por favor, me ajude!” Insistiu ele. “ Preciso de pouco.”
Catarina olhou com piedade.
Rezou pedindo auxílio, os dedos cruzados sobre o pequeno crucifixo de prata que usava desde menina e que sempre segurava quando voltava o pensamento para Deus. De repente, teve a solução.
È verdade que era uma crizinha do tamanho de uma moeda. Mas, sendo de prata, ele poderia vendê-la, comprar comida e voltar para casa.
Pôs o crucifixo nas mãos do homem e apressou o passo para chegar a tempo para a missa. Embora tivesse da o objeto que mais prezava, sentia o coração leve e feliz como se tivesse recebido um presente valioso.
Ao se ajoelhar na Igreja, aconteceu uma coisa estranha. Catarina viu-se num amplo salão de teto em arco, cheio de tesouros mais belos do que se poderia sonhar. No meio do salão estava Jesus, trazendo nas mãos o mais belo de todos os objetos – uma cruz de ouro cravejada de pedras preciosas, tão refulgente de glória que lhe enchia os olhos.
-“veja esses tesouros” – disse o Senhor. “São as mais belas ações dos homens, feitas em meu nome”.
Catarina ficou encantada, mas um desejo aflorou em seu coração e disse ela: - “Senhor sou apenas uma pobre irmã. Nada posso oferecer que encontre lugar entre tais maravilhas.”
Jesus sorriu e levantando a cruz, disse:
“ Já viu esta cruz, Catarina?”
“- Não, Senhor. Nunca vi nada igual nem tão maravilhoso!”
E á medida que fixava o olhar na jóia, sentiu-se encher de imensa alegria. Pois no centro da cruz, cercado de ouro e das mais puras gemas, no coração mesmo do resplendor da luz, ela viu o pequeno crucifixo de prata que tinha dado ao homem na rua.
E enquanto a visão ia esvaecendo, uma voz soou em seus ouvidos:
“_ Aquilo que fizeres a teus semelhantes, ainda que seja o último deles, a mim estarás fazendo.”
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