VIVER E LUTAR
Desde muito pequenina tenho lutado bastante: para respirar, mamar, engolir, dormir, acordar, comer, falar, andar, correr, pular, amar.
Com seis anos fui à escola e continuei a luta para me sociabilizar, aprender a ler, escrever, contar, raciocinar, aumentar o meu vocabulário. Ir e voltar da escola sem a companhia da minha mãe, que nos primeiros dias de aula me ensinou o caminho, o cuidado para atravessar a rua, não dar trela a desconhecidos, estar sempre atenta ao que se passava ao meu redor, andar bem rápido para não chegar atrasada.
Já maiorzinha as responsabilidades foram aumentando e comecei aos poucos a colaborar nas tarefas domésticas: tirar o pó dos móveis (com lustra móveis que ganhávamos do tio Abílio), arrumar a minha cama, tirar água do poço (com um baldinho colocado especialmente para mím), tomar conta da minha irmã Maria Helena, fazer pequenas compras na venda do senhor Pedro, na feira, no açougue, na farmácia do senhor Brandão, no armarinho do Sado, na papelaria, etc..
Nessa época aprendi a enfiar a linha na agulha de costura. Que alegria! Dei os primeiros pontos, ganhei uma cestinha de costura, com linhas de diversas cores, tesourinha, dedal e, o mais importante:
Uma toalhinha para bordar.
É aí que eu quero chegar!
Não foi fácil lidar com a colher, com o lápis, com a caneta de pena mosquitinho, com o tinteiro levado cuidadosamente à escola, com as agulhas de costura, crochê e tricô, com os caminhos, com as línguas, principalmente a italiana, com a qual me comunicava com minha nona, com os livros, com os pincéis, com a música, com a direção do carro, com as máquinas, com os partos, com as doenças, com as pessoas e, hoje, com o bendito computador.
Quantas lutas enfrentei! Trabalhei duro para atingir meus objetivos,
Venci, ou melhor, estou vencendo!
Com o auxílio de Deus. Com esforço, paciência, perseverança, renúncia e sacrifício. Com a ajuda dos meus pais, avós, esposo, familiares, professores e, mais tarde:
Com a ajuda, também dos filhos e netos.
Maria Virgínia
Acompanho sua caminhada e sempre me orgulhei. É modelo de vida o qual, sem muito êxito, procuro seguir. Felismente continuo aprendendo através do que escreve. Continue vivendo, lutando e escrevendo...
ResponderExcluirOi Lê, É muito bom ter você como minha irmã! Você sabe me ouvir e entender, podemos contar,uma com a outra, em todos os momentos alegres e tristes. Te amo
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