quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A Cidade Real

Trecho do Prefácio escrito pelo Desembargador Ricardo Dip, no livro "Como Lotear Uma Gleba", de autoria de Vicente Celeste Amadei e Vicente de Abreu Amadei

"A cidade é resultante da cultura, que há de responder, por meio de uma ordenação racional, às exigências da natureza. Por isso, a instituição de uma cidade –a observação é de Randle (Aproximación a la ciudad y el territorio, p. 14)– aparenta mais assemelhar-se ao desenho e ao cuidado de um jardim, porque em um jardim nada deve fazer-se de maneira avessa às aptidões naturais do lugar e à posição relativa no espaço geográfico (poderia pensar-se em um paralelo bíblico: o homem foi colocado no jardim do Éden, para dominar sobre todos os demais entes criados, mas submetido aos limites impostos por Deus: veja-se, a propósito, o que escreveu JOÃO PAULO II. Sollicitudo rei socialis, 30-12-1987, nº 29). Em resumo, o urbanista está para a cidade, como um jardineiro para seu jardim; a qualidade da terra, o clima, são, para o jardim, o que são, para a cidade, os costumes, as tradições, a história, a fisionomia de um povo. Quando isso se despreza, o resultado é o divórcio entre a cidade planejada e a cidade real."

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Semana Da Família


Meditemos:

Será que minha família está contente comigo?

Será que tenho praticado, suficientemente, o bem, que minha família necessita?

Será que tenho sido justa, necessária e que minha palavra tem sido proclamada de acordo com os ensinamentos do Senhor.

Será que minha família está ajudando na construção de um mundo mais cristão, mais justo e mais fraterno.

Que o Espírito Santo Ilumine e de forças a todos nós,

Amem.



Semana Da Família:

sábado, 14 de julho de 2012

Com os olhos para o alto.


Depois que nossos olhos se fecham para este mundo,  se abrem para a eternidade.
Vivamos com os pés fincados na terra, mas não olhemos para baixo.
Olhemos para o Alto Dos Céus.
 Não percamos tempo vivamos os ensinamentos de Nosso Senhor Jesus Cristo.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Mia Gioconda de Vicente Celestino

MIA GIOCONDA
Vicente Celestino
Do dia que nascemos e vivemos/ para o mundo/ nos falta uma costela que encontramos num segundo/ as vezes muito perto / desejamos encontrá-la/ No entanto é preciso /muito longe ir buscá - la.
Vejamos o destino / de um pracinha brasileiro/ partindo para a Itália/ transformou-se num guerreiro/ e lá muito distante/ despontar o amor sentiu/ e disse estas palavras/ a uma jovem quando a viu:
Italiana/ la mia vita ogge sei tu/ io te voglio tanto bene/ partireme due ensieme/ ti larciar/ nom poso più/ Italiana / voglio a te piccola bionda/ a io viso degli amore/ le tue lapre son due fiore/ tu sarai la Mia Gioconda.
Vencido o inimigo/ que antes fora varonil/ recebeu a FEBE ordem/de embarcar para o Brasil/ dizia a mesma ordem/ quem casou não poderá/ levar consigo a esposa/ a esposa ficará/ prometeu, então, o bravo/ ao dar baixa e ser civil/ embarcarás, amada/ para os céus do meu Brasil/ enquanto ela esperava/ lá no cais Napolitano/ repetia estas palavras/ no idioma italiano.
Brasiliano/ la mia vita ogge sei tu/ io te voglio tanto bene/ cheido a Dio que tu venga/ ti scordar non poso più/ Brasiliano/ sono ancora la tua bionda/ miu sposo hai lasciato/ questo cuore abandonatto/ chi amarte di Gioconda.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

A Verdadeira Alegria

Da Verdadeira Alegria
Certo dia, estando o bem aventurado Francisco em Santa Maria, chamou ao irmão leão e disse-lhe:
Irmão Leão, escreve: - Estou pronto.
Escreve qual é a verdadeira alegria. - eis que chega um mensageiro e diz que todos os mestres de paris entraram para a Ordem. - Escreve: “Não é a verdadeira alegria”. - Diz ainda o mensageiro que entraram para a Ordem todos os prelados do além- mar, arcebispos e bispos; que também o rei de França e o da Inglaterra fizeram o mesmo. - Escreve: ”Não é a verdadeira alegria”. - Diz ele igualmente que meus irmãos foram aos infiéis e converteram-nos todos a fé. Alem disso, que eu recebi graça tão grande de Deus, que curo os enfermos e pratico muitos milagres. Pois, digo-te que em todas estas coisas não está a verdadeira alegria.
- Qual é então a verdadeira? - Volto de Perúgia e a noite já vai alta quando aqui chego. É inverno, a lama está por toda parte e o frio está tão intenso que nas bordas da túnica se formam caramelos de água congelada,ferindo as pernas até o sangue brotar.
Enlameado, gelado e rígido chego-me da porta. Depois de algum tempo batendo e chamando, acode o irmão porteiro e pergunta:
- Quem é?
Respondo: - O irmão Francisco.
E ele diz: - Afasta-te daqui. Isso não é hora decente para se estar caminhando! Aqui não vais entrar!
Insistindo eu novamente, ele contesta:
- Vai - te daqui, já disse. Não passas de um simplório e grosseirão. Não vais mais permanecer conosco. Somos tantos e tais que não precisamos mais de ti.
E eu, teimando junto à porta, digo-lhe:
- Por amor de Deus, Acolhe-me por esta noite.
Ele responde: -
- Não tenho vontade. Vai-te até a casa dos irmãos da Cruz e pede abrigo lá.
Digo-te, irmão Leão: se tive paciência e não perdi a calma- nisto consiste a Verdadeira Alegria, e também a Verdadeira Virtude o Bem da Alma.

São Francisco de Assis.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Meus Oito Anos



Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!
— Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é — lago sereno,
O céu — um manto azulado,
O mundo — um sonho dourado,
A vida — um hino d'amor!
Que aurora, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias da minha infância!
Oh! meu céu de primavera!
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberta o peito,
— Pés descalços, braços nus
— Correndo pelas campinas
A roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo.
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
................................
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
— Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras
Debaixo dos laranjais!